Fim da substituição tributária em SP: impactos no ICMS
O Governo de São Paulo anunciou a exclusão de 130 itens de 12 setores do regime de substituição tributária (ST) do ICMS, com vigência a partir de 1º de janeiro de 2026. A medida marca um movimento inédito no Estado e antecipa ajustes necessários para a implementação da reforma tributária.
A mudança impacta diretamente o fluxo de caixa das empresas e abre espaço para oportunidades de recuperação de créditos de ICMS, especialmente em setores historicamente afetados pela ST.
Quais setores deixam a substituição tributária?
As Portarias SRE nº 64 e 65 retiram da ST produtos de diversos segmentos. Entre eles:
- medicamentos;
- bebidas alcoólicas;
- lâmpadas e reatores;
- utensílios domésticos (plásticos, pratos, etc.);
- vidros automotivos;
- alimentos industrializados (sucos, salgadinhos, águas de coco, óleos, azeites);
- materiais de construção (tijolos, espelhos, vidros).
Segundo a Secretaria da Fazenda, a ST hoje está “superutilizada” e exige redesenho para reduzir complexidade operacional.
Por que São Paulo está reduzindo a substituição tributária?
O governo paulista afirma que, desde 2022, realiza estudos para avaliar o excesso de setores incluídos no regime. Embora a ST tenha aumentado a arrecadação na época de sua criação, também gerou:
- burocracia elevada;
- aumento do planejamento tributário;
- dificuldade de fiscalização;
- impactos na tomada de decisão das empresas.
Com a reforma tributária prevista para 2026, que não prevê substituição tributária no novo sistema, o Estado optou por iniciar uma transição gradual.
Impacto financeiro para as empresas: alívio no caixa
Com o fim da substituição tributária em SP para esses itens, as empresas deixam de antecipar o ICMS na compra e passam a recolher o imposto somente após a venda ao consumidor final.
Isso representa:
- menor desembolso imediato;
- melhoria no fluxo de caixa;
- maior previsibilidade financeira;
- redução de imobilização de capital em estoque.
Esse ponto é especialmente relevante para setores com grandes volumes de mercadorias, como supermercados e distribuidores.
MVA e restituição: um dos maiores problemas da ST
A Margem de Valor Agregado (MVA) sempre foi fonte de conflitos entre contribuintes e Fisco. Como a MVA é definida no início do ano e nem sempre reflete a realidade do mercado, muitas empresas precisam solicitar restituição ou complementação constantemente.
Com a saída desses produtos da ST, esse problema deixa de existir, eliminando disputas e facilitando o compliance.
Atenção à Portaria SRE nº 65: compensação do estoque em até 24 meses
Apesar dos avanços, a Portaria nº 65 trouxe um ponto polêmico:
As empresas deverão:
- levantar o estoque atual;
- calcular o ICMS anteriormente pago;
- compensar o valor em 24 parcelas mensais.
Especialistas destacam que:
- o prazo é excessivamente longo;
- representa um financiamento involuntário ao Estado;
- causa dificuldades para setores com grande giro de estoque.
Ainda assim, a própria Secretaria reconhece que ajustes poderão ocorrer conforme o acompanhamento dos resultados.
Qual é o impacto para o cenário tributário paulista?
Segundo dados oficiais, São Paulo arrecadou R$ 150 bilhões de ICMS entre janeiro e agosto, sendo a ST uma parcela relevante da receita. Os produtos excluídos representam cerca de 13% dessa fatia.
A movimentação do governo indica um plano mais amplo de reorganização tributária, alinhado à simplificação trazida pela reforma.
O que as empresas devem fazer agora?
Com o fim da substituição tributária em SP para esses setores, as empresas precisam:
- revisar seus modelos de apuração do ICMS;
- recalcular impactos no fluxo de caixa;
- avaliar oportunidades de recuperação de crédito acumulado de ICMS;
- atualizar sistemas internos;
- realizar levantamento de estoque conforme exigido;
- revisar práticas de compliance tributário.
Essa transição abre portas para regularizações e revisões que podem gerar créditos recuperáveis significativos.
Conclusão: oportunidade para revisar tributos e recuperar ICMS
A retirada de setores da substituição tributária marca um momento estratégico para as empresas paulistas. Além de facilitar a operação, a medida permite identificar valores pagos a maior, diferenças de MVA, estornos e créditos acumulados que podem ser recuperados.
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